Essa doença é transmitida através do carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), o famoso “carrapato do cão“. Ela é causada pelo protozoário Babesia canis, que infecta e destrói os glóbulos vermelhos (diferente da Erliquiose, que é causada por uma bactéria que destrói os glóbulos brancos).
Os carrapatos precisam de um ambiente quente e úmido para se reproduzir, por isso são muito mais comuns em países tropicais. No Brasil, a Babesiose é mais comum no Nordeste e menos comum no Sudeste e no Sul.
Atenção aos carrapatos!

Importante lembrar que os carrapatos não vivem sem um hospedeiro, pois precisa de seu sangue para sobreviver, sugando-o até ficar saciado. Depois de se alimentar, eles se soltam do hospedeiro até precisar de sangue novamente e partir em busca de um outro animal cujo sangue irá servir de alimento.
O carrapato é infectado quando se alimenta do sangue de um cão com Babesiose. Uma vez ingeridas as babésias, elas se instalam e contaminam os ovos que serão postos pelo carrapato fêmea. Depois de já terem contaminado os ovos, as larvas e as ninfas, esses protozoários se fixam nas glândulas salivares do carrapato adulto e se multiplicam neste lugar. Quando este carrapato contaminado for sugar o sangue do próximo hospedeiro (cão), irá infectar este cão com a Babésia.

Sintomas da Babesiose
Após a infecção, a presença de parasitas no sangue acontece dentro de um ou dois dias, perdurando por cerca de quatro dias. Os microorganismos então desaparecem do sangue por um período de 10 a 14 dias, ocorrendo então uma segunda infestação dos parasitas, dessa vez mais intensa.
Muitas infecções por Babesia canis são inaparentes. Em alguns casos, os sintomas clínicos se tornam aparentes apenas após esforço (decorrente de exercício esgotante), cirurgias ou outras infecções. Tipicamente os sintomas da Babesiose são: febre, icterícia, fraqueza, depressão, falta de apetite, membranas mucosas pálidas e esplenomegalia (aumento do baço). Podemos encontrar ainda perturbações da coagulação e nervosas. Por isso é sempre bom estar atento ao comportamento do seu cão. Se de repente ele ficar prostrado, triste, apático, sem ânimo e com atitudes anormais para seu temperamento, investigue imediatamente o que pode estar ocorrendo. Ele pode estar apenas enjoado, mas ele também pode estar infectado, com Babesiose ou Erliquiose, ambas as doenças podendo ser chamadas de “Doença do Carrapato”.
Encontrou um carrapato no seu cachorro? Observe seu cão durante três ou quatro dias e repare se há:
- um enorme abatimento;
- apatia, tristeza, prostração;
- febre;
- grande cansaço;
- urina escura (“cor de café”);
- mucosas de cor amarelada antes de se tornarem “branco de porcelana “.
Nos exames de laboratório (sangue), os sintomas mais frequentes são: anemia, aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, presença de bilirrubina e hemoglobina na urina e diminuição do número de plaquetas. É muito comum a presença de quadros de insuficiência renal aguda.
A babesiose é uma causa infecciosa de anemia hemolítica. O espectro da doença varia de uma anemia leve, clinicamente inaparente, a uma forma fulminante com marcada depressão e achados clínico-patológicos consistentes com coagulopatia intravascular disseminada.
Diagnóstico
Exame de sangue imediatamente. O diagnóstico é confirmado pela identificação dos microorganismos de Babesia nas hemácias em esfregaços sanguíneos corados. Contudo, nem sempre os microorganismos podem ser encontrados nos esfregaços sanguíneos e nestes casos podem ser realizados testes sorológicos para confirmação do diagnóstico.
Tratamento e cura da Babesiose
O tratamento da babesiose vai abranger duas questões: o combate ao parasita e a correção dos problemas que foram causados por este parasita (como a anemia e a insuficiência renal, por exemplo).
Atualmente, os veterinários possuem à sua disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é indispensável, consiste por exemplo na cura da insuficiência renal (por diferentes meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas as demais complicações da doença.
Essas graves complicações, como a insuficiência renal e a anemia aguda, podem levar à morte do cão. Por isso é tão importante diagnosticar a Babesiose Canina o mais rápido possível, assim as sequelas hepáticas e renais são evitadas ao máximo.
Como prevenir a Babesiose

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